E para começar hoje começo este espaço com a partilha de um pensamento, um pensamento do dia...
Se há dias em que tenho a estranha sensação de passarmos a nossa vida, a dizer "olá e adeus", este é um deles! Nada como hoje no início de semana, depois de termos tido um bom almoço entre amigos, receber a "bomba esperadas" para rebentar uns bons meses mais à frente...rebentar hoje! Rever na reunião de pais da salinha da minha filha de 3 anos , a cena pela qual também eu passei um dia.. avisar a educadora, de que a M (chamemos-lhe assim, quem a conhece sabe quem é, quem não conhece não importa o nome! :) ) vai viver para outro país com os pais, com as lágrimas a não deixarem as palavras saírem... Com a diferença que hoje, a protagonista era a minha amiga que conheci aqui e não eu, e a criança era o filho, amigo da M e não a M... Automaticamente percebi o que se estava a passar... e as lágrimas começaram a querer sair... Por sorte hoje não estávamos ao lado uma da outra!!! Continuamos a reunião, no final olho para ela e só digo "já percebi que já há uma data..." ao que ela começa de novo com as lágrimas a caírem e as minhas a quererem, ao que eu digo "vamos falar, mas não vamos falar!" ;) E em casa trocámos mensagens... e assim fiquei a saber que temos 3 meses para nos despedirmos, para a M se despedir do seu amigo que regressa ao seu país em Maio, mas até lá continua na escola, e agora resta aproveitar ao máximo... assim como eu a companhia da minha amiga! :( Por isso sim, hoje mais do que nunca, tenho a sensação que passo a vida a dizer olá e adeus, ou a achegar e a partir... às vezes temos a ilusão que na nossa condição de viajantes, seja mais fácil, mas a verdade é que não é... não ganhamos "imunidade" às despedidas... Porque a vida é isto mesmo, uma eterna mistura de olá e adeus que só termina quando partimos de vez para a viagem final...
E lá está, nada como no meio desta mistura de sentimentos, dar um olá à nova fase escolar da M, novas professoras (maestras), nova sala, mas vá lá ao menos os quase todos os mesmos colegas! Dia 7 de Março regressamos à rotina da escola (felizmente!!! para bem da minha sanidade mental!!! lol) e assim iniciaremos novas rotinas as duas! ;) É como eu digo... olá e adeus! Olá novas rotinas, nova fase da vida, adeus velhas rotinas! :)
(Foto retirada do google imagens)
"Mudanças, distância, chegadas, partidas, fazem parte da vida. Acostume-se."
... que qualquer dia somos nós, a dizer adeus a este pais que tão bem já nos acolheu!:)
Olá, Luísa :)
ResponderEliminarÉ uma questão um pouco complicada. Nós sabemos que a pessoa até pode estar a mudar de país para ter condições de vida melhores, mas as despedidas custam sempre. Acho que neste caso nós adultos acabamos por sentir mais do que as crianças. Penso eu. Para eles é complicado, mas dá-me a ideia de que têm mais capacidade de adaptação do que os adultos... Adaptam-se mais rápido e, ainda que se recordem das pessoas que deixaram ou que partiram, dá-me a sensação de que nos adultos é pior.
Digo isto porque eu vim de Alcoutim (interior do Algarve, a roçar o Alentejo) com 2 anos e meio, porque o meu pai, agente da GNR, pediu transferência para Olhão, perto de Faro e, segundo me contavam (tenho uma vaga ideia, mas claro que pouco me recordo) eu comecei logo a fazer amizades com as pessoas da rua... Por seu turno, a minha mãe chorou semanas a fio... Dizia que quando começava a entardecer lhe vinha uma tristeza incontrolável e uma forte saudade das amigas... Não foi uma mudança de país, mas tendo em conta que há mais de 40 anos, era quase isso... Não havia net, os telefones eram escassos. Não tínhamos telefone em casa sequer... Ao princípio, a minha mãe e as amigas escreviam muito umas às outras... Com o passar do tempo, as cartas foram sendo cada vez mais espaçadas até que praticamente cessaram... com algumas das amigas perdeu o contacto por completo, outras via-as quando ia às festas da vila em Setembro, mas nem sempre íamos. Normalmente, as notícias de lá sabiam-se através do meu pai. No posto eles tinham telefone e estava em contacto com os antigos colegas... Se acontecia alguma notícia sabia-se logo :)
Beijinho :)
Sim, sem dúvida que as crianças têm uma capacidade de adaptação incrível!! Custa-lhes no momento, não compreendem, mas depois já passou, a vida delas é tão activa e tão cheia de descobertas novas a cada minuto que não "têm tempo para grandes recordações", custa-lhes na quebra da rotina do dia à dia... mas nisso a minha filha já tem um grande curso com apenas 3 anos e pouco de vida... uma vez que veio para Argentina com 18 meses, deixando em Portugal toda a família que via diariamente, sobretudo avós...E de nós os 3 sem dúvida que foi a que melhor se adaptou, até com o idioma diferente, porque lá está as crianças têm uma linguagem universal!! Brincar, brincar e brincar!;) lol
ResponderEliminarNeste caso é uma amiga que está um pouco como nós, uma aventura num pais que não o seu, que terminou, partindo com a mala recheada de coisas boas! :)
Nós adultos como gostamos de pensar na vida, (os que gostam), é que sofremos da eterna sina lusa da saudades...!! ;)
Beijinhos!!
No caso das crianças sentem mais quando já estão em idade escolar. Não é bem sentirem, mas isso pode vir a reflectir-se de forma negativa no desempenho escolar. Mudar de escola não é muito bom. A adaptação pode ser lenta e isso reflecte-se no desempenho. Na idade da tua filha ainda não, mas quando iniciam o primeiro ciclo (antiga escola primária) as mudanças podem ser prejudiciais... Ou podem não chegar a ser... Há crianças com grande capacidade de adaptação, que até conseguem levar essa mudança de forma positiva... Estou a lembrar-me, por acaso daquele escritor de que tanto gosto... Eu acho que te disse no email que gosto de ler aspectos biográficos da vida dele, porque acho que tem tido uma vida fantástica. Mas nunca ouvi uma história com tantas mudanças de escola, de cidade e de país durante a infância e juventude... Praticamente não fez dois anos escolares seguidos na mesma escola... E no entanto, é um homem de sucesso e que teve uma vida de estudante bastante brilhante... Portanto, nem sempre isso é negativo... Curiosamente, no caso dele até parece ter dado origem a uma coisa engraçada: a partir de uma certa altura, no início da idade adulta parece que "assentou praça" no mesmo sítio e não saiu mais... Como se estivesse farto de mudanças :)
ResponderEliminarUm abraço :)
É verdade!! Também tenho o mesmo pensamento em relação à escola primária!! ;)
EliminarE sim, sem dúvida que a vida do JRS é brilhante profissionalmente, mesmo com tantas mudanças na vida!!:) Mas uma prova viva de que as mudanças nem sempre são más!!;)
Obrigada pelo teu mail!!:)
Beijinhos
Sim, sem dúvida... A nível profissional e não só... Eu acho a história da vida dele fascinante, mesmo a nível pessoal :) .. Aquele homem parece que tem uma pontaria incrível... Se leste o meu mail deves ter-te apercebido :)
EliminarBeijinhos :)
As despedidas são sempre difíceis de superar, seja porque motivo for. Nos últimos anos a quantidade de pessoas minhas conhecidas e amigas que foram para o estrangeiro é avultada já e custa sempre para quem vai e para quem fica. Mas tem de ser e o que tem de ser tem muita força. Nada a fazer.
ResponderEliminarbeijinho grande e força para superar mais essa despedida.
A verdade é que viver em modo de "olá e adeus" já se transformou no meu modo de vida, desde o momento que decidimos embarcar nesta grande aventura de deixar o cantinho "seguro" de Portugal, e vir viver para a grande (para não dizer gigante) e encantadora Argentina! Só é pena não conseguirmos aprender a viver sentimentos tristes... mas isso não seria "humano", certo?;)
EliminarBeijinhos!!!